MÊS DAS MÃES: mais de 50% das mulheres que usam gametas doados pretende criar seu filho sozinha

Mais de 50% das mulheres que usam gametas doados pretende criar seu filho sozinha.

Dra. Andreia Garcia, médica do IVI Salvado

Encontrar um parceiro, se casar e ter filhos. Por muitas décadas, esse era o roteiro que norteava a existência das mulheres. Agora, porém, com os graduais avanços da igualdade de gênero no mercado de trabalho e o desenvolvimento das técnicas de reprodução assistida, algumas mulheres optam por fugir desse script “pré-estabelecido”.

“Hoje, as expectativas com relação à própria vida mudaram para as mulheres. Ter filhos deixou de ser o único caminho. Elas estudam, trabalham, montam um plano de carreira, aproveitam a vida; e só depois, começam a pensar se querem se tornar mães, ou não. E graças à evolução da medicina reprodutiva, existem formas seguras de postergar a maternidade”, explica a médica Andreia Garcia, do IVI Salvador.

De acordo com os dados mais recentes de um dos maiores bancos de sêmen do mundo, o Cryos Internacional, mais de 50% das mulheres que usam doadores para engravidar pretendem criar seus filhos sozinhas. Os dados do banco, que fornece espermatozoide e óvulos de doadores congelados em mais de 100 países em todo o mundomostram um aumento constante de clientes mulheres solteiras nos últimos sete anos, chegando a 54% em 2022.

No mundo, existem mais de 100 milhões de mães que criam seus filhos sozinhas, de acordo com a ONU. Embora não haja dados suficientes sobre quantas delas são mães solteiras por opção, as mulheres que optam por ser mães solo geralmente enfrentam desafios sociais, culturais e até legais ao iniciar uma família.

Com a chegada do mês das mães, algumas perguntas que, às vezes incomodam ou às vezes têm resposta na ponta da língua, afloram! “Quando vem um bebê?”, “A idade está chegando, não é melhor se apressar?” ou ainda “Quem é o pai?”. Assim como a cobrança da sociedade, as questões que envolvem a gestação e a fertilidade ainda assombram as mulheres. São tantas as questões, que as mulheres acabam precisando de aconselhamento e de um planejamento reprodutivo organizado.

Do ponto de vista biológico, o ideal é que a mulher engravide até os 35 anos. Depois dessa idade, a reserva ovariana começa a diminuir e, além da quantidade de óvulos, que vai diminuindo drasticamente ao longo dos anos, a qualidade também pode se tornar um problema. “A partir dos 35 anos existe uma maior dificuldade em engravidar. Além disso, existe um aumento do risco de síndromes cromossômicas, sendo a mais comum a trissomia do 21, ou síndrome de Down. Fatores que também impactam na qualidade dos óvulos, além da idade, são a obesidade, o tabagismo e as síndromes genéticas”, explica a médica.

Dra. Andreia Garcia, médica do IVI Salvado

O dom de ser mãe

Ser mãe é, então, uma escolha da mulher. Um dom que nasce com ela ou uma opção desenvolvida a cada passo que a mulher dá em sua vida. O fato é que, hoje, para ser mãe, basta, de fato, a vontade. Mulheres e seus companheiros podem gerar crianças naturalmente ou, diante de uma infertilidade detectada, podem se utilizar das técnicas da medicina para auxiliar e seguir com o sonho.

Mulheres com companheiras também podem ser mães. Basta utilizar os óvulos de uma das duas e um banco de sêmen. Inclusive, pode ser usado o óvulo de uma das parceiras, e ele ser implantado na outra. Assim, ambas participam ativamente do processo da maternidade. Mulheres que ainda não encontraram sua alma gêmea ou aquelas que mesmo sem esse interesse, ainda assim querem ser mães, também podem! Mães solo estão em crescente. A mulher faz a estimulação ovariana e utiliza sêmen de um banco de sêmen para prosseguir com a fertilização.

Para futuras mamães, a esperança nunca acaba. Ainda quando, por algum problema – em qualquer um dos casos anteriores – a mulher tenha uma limitação que a impeça de gerar, ela pode usar óvulos próprios ou de um banco de óvulos para seguir com seu sonho, utilizando um útero solidário.

“As opções são inúmeras. Tudo vai depender da vontade dessa mulher, de ser mãe”, finaliza a médica do IVI Salvador.

Dra. Andreia Garcia, médica do IVI Salvado

Chris Midlej

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